quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O SEGREDO DA CAVEIRA DE CRISTAL

LIVRO I
O tempo não muda as pessoas, revela-as.


Os habitantes de Heilland, cansados de décadas de guerra e fome, depositaram todas as suas esperanças no Rei Alphonsus, que governava com justiça e bondade. As esperanças cresceram com a notícia de que a Rainha Arápia estava grávida de gêmeos, embora muitos, no castelo, assegurassem que uma nova guerra estava sendo travada no ventre da soberana.

Os gêmeos nasceram e, com o passar do tempo, Heilland compreendeu que havia um novo inimigo, ainda mais implacável: o sombrio futuro Rei. Dor, ódio, sangue, traição, passaram a fazer parte da rotina do castelo, restando ao mago Mongho e à futura Rainha Driadh a perigosa busca por respostas!
Embarque nessa aventura cheia de mistérios e lutas pelo poder.


***


Malecs era um Reino mágico. Localizado sobre a colina de Qzar, quando visto do aclive parecia ser tocado pela lua. Era uma região rodeada de mistérios, criaturas invisíveis e, de acordo com as lendas fixadas de maneira muito firme nas mentes das gerações mais jovens, repleta de túneis recheados de tesouros.
Os habitantes de Malecs eram magos e bruxas que, além de possuírem riquezas, eram dotados de um dom: podiam se transformar em qualquer criatura vivente no planeta, pessoas ou animais, e podiam compartilhar suas habilidades por um determinado período. Além dessa façanha, tinham também o vigor e a juventude prolongados por muitas décadas. O tempo passava e fazia pouco efeito sobre eles, principalmente após os vinte anos malecquianos, tornando-os invejados.
O fogo era uma de suas fraquezas, pois era capaz de matar seus corpos; mesmo assim, os magos e bruxas mais habilidosos eram capazes de transferir suas almas para o corpo de qualquer animal, antes de serem consumidos pelas chamas. Assim, viviam ainda por muitas décadas. Isso acontecia graças à centelha mágica que os guardiões de Malecs implantavam em seus corações e nos de seus descendentes, ao serem escolhidos para viver no reino.
Uma antiga história contava como esse reino recebeu o controle da Natureza e de seus elementos: terra, fogo, vento e água.
Reza a lenda que o primeiro mago surgido possuía muitos tesouros, mas nenhuma emoção. Cansado de sua vida vazia, pediu à Mãe Natureza para viver por um dia como os homens. Em troca, ofereceu suas maiores riquezas. O que ele mais desejava, mesmo que durante um breve momento, era o prazer de sentir o vento balançar seus cabelos, a chuva molhar sua pele, o calor aquecer sua alma e a energia da terra adentrar em seu corpo pelos pés. Por ser um mago muito bondoso, a Mãe Natureza concedeu-lhe esse desejo, mas não aceitou nada em troca.
Agradecido e satisfeito por ter experimentado esses prazeres, o mago fez um novo pedido: que ela parasse o tempo, pois desejava ardentemente continuar vivendo como humano. Como a Mãe Natureza não pôde atendê-lo, e vendo-o muito triste por isso, criou uma maneira para que ele pudesse desfrutar dessas alegrias, porém uma de cada vez. Em troca, pediu que ele reunisse toda sua riqueza e a ocultasse nas profundezas da terra. Sobre esse tesouro, a Mãe Natureza criou uma cidade mágica, e a fez invisível, escondendo-a da ganância dos homens. Assim nasceu Malecs.
A Mãe Natureza dividiu então o poder do mago e materializou-o em cinco amuletos mágicos, que passaram a controlar o tempo e as estações, tanto dentro quanto fora de Malecs; e fez do mago, Merlin, imortal, para que ele pudesse ser o guardião dos amuletos e da cidade. Merlin não podia sair de Malecs, mas teve seu desejo realizado, levando uma vida quase humana, com emoções e sentimentos. Das altas torres do castelo de Malecs, ele vigiava os humanos que viviam fora da cidade invisível. Para os que ganhavam sua confiança, fazia surgir o portão da cidade, permitindo assim sua entrada. Esses escolhidos passavam a habitar o reino mágico, tornando-se magos e bruxas. Viveram em paz e em prosperidade por longas eras, mas...
Em um belo dia de festa, quando comemoravam a chegada da primavera, a cidade foi tomada de surpresa ao se tornar visível para os humanos. Foi a ruína de Malecs. A cidade não possuía soldados, era protegida apenas por magia. Assim, seus pacíficos habitantes não foram capazes de enfrentar a ganância dos saqueadores.
Ao serem informados da localização da cidade mágica, os reinos vizinhos enviaram soldados em busca de suas preciosidades. Como os humanos estavam em maior número, venceram a batalha, aniquilando o povo daquele lugar. Apesar de a cidade ter ficado completamente destruída, os invasores não conseguiram encontrar os tesouros ocultos nas entranhas da terra, retornando para seus reinos de mãos vazias. Os poucos habitantes que conseguiram fugir de Malecs salvaram alguns talismãs mágicos, inclusive um de poder sem igual, a Bola de Cristal. Contudo, o saque e a destruição da cidade mágica não satisfizeram alguns reis, que continuaram a perseguição aos sobreviventes. Com isso, a guerra se alastrou.
Muito tempo se passou e o povo, cansado dessa luta sem sentido, revoltou-se contra seus reis. Por meio de guerras internas, com muita opressão e sangue, forçaram seus governantes a assinarem um decreto de paz, no qual se comprometiam a abandonar a caça aos possíveis sobreviventes de Malecs e de seus tesouros. Após assinado o tratado, as fronteiras entre os reinos foram mudadas e, para manter a paz entre eles, cada rei aceitou limitar seu poder, exercendo-o apenas dentro do seu território. A nova geografia seria respeitada.




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