LIVRO I
O tempo não muda as pessoas, revela-as.
Os habitantes de Heilland, cansados de décadas de guerra e fome, depositaram todas as suas esperanças no Rei Alphonsus, que governava com justiça e bondade. As esperanças cresceram com a notícia de que a Rainha Arápia estava grávida de gêmeos, embora muitos, no castelo, assegurassem que uma nova guerra estava sendo travada no ventre da soberana.
Os gêmeos nasceram e, com o passar do tempo, Heilland compreendeu que havia um novo inimigo, ainda mais implacável: o sombrio futuro Rei. Dor, ódio, sangue, traição, passaram a fazer parte da rotina do castelo, restando ao mago Mongho e à futura Rainha Driadh a perigosa busca por respostas!
Embarque nessa aventura cheia de mistérios e lutas pelo poder.
***
Malecs era um Reino mágico. Localizado
sobre a colina de Qzar, quando visto do aclive parecia ser tocado pela lua. Era
uma região rodeada de mistérios, criaturas invisíveis e, de acordo com as
lendas fixadas de maneira muito firme nas mentes das gerações mais jovens,
repleta de túneis recheados de tesouros.
Os
habitantes de Malecs eram magos e bruxas que, além de possuírem riquezas, eram
dotados de um dom: podiam se transformar em qualquer criatura vivente no
planeta, pessoas ou animais, e podiam compartilhar suas habilidades por um
determinado período. Além dessa façanha, tinham também o vigor e a juventude
prolongados por muitas décadas. O tempo passava e fazia pouco efeito sobre
eles, principalmente após os vinte anos malecquianos, tornando-os invejados.
O
fogo era uma de suas fraquezas, pois era capaz de matar seus corpos; mesmo
assim, os magos e bruxas mais habilidosos eram capazes de transferir suas almas
para o corpo de qualquer animal, antes de serem consumidos pelas chamas. Assim,
viviam ainda por muitas décadas. Isso acontecia graças à centelha mágica que os
guardiões de Malecs implantavam em seus corações e nos de seus descendentes, ao
serem escolhidos para viver no reino.
Uma
antiga história contava como esse reino recebeu o controle da Natureza e de seus
elementos: terra, fogo, vento e água.
Reza
a lenda que o primeiro mago surgido possuía muitos tesouros, mas nenhuma
emoção. Cansado de sua vida vazia, pediu à Mãe Natureza para viver por um dia
como os homens. Em troca, ofereceu suas maiores riquezas. O que ele mais
desejava, mesmo que durante um breve momento, era o prazer de sentir o vento
balançar seus cabelos, a chuva molhar sua pele, o calor aquecer sua alma e a
energia da terra adentrar em seu corpo pelos pés. Por ser um mago muito
bondoso, a Mãe Natureza concedeu-lhe esse desejo, mas não aceitou nada em
troca.
Agradecido
e satisfeito por ter experimentado esses prazeres, o mago fez um novo pedido: que
ela parasse o tempo, pois desejava ardentemente continuar vivendo como humano. Como
a Mãe Natureza não pôde atendê-lo, e vendo-o muito triste por isso, criou uma
maneira para que ele pudesse desfrutar dessas alegrias, porém uma de cada vez.
Em troca, pediu que ele reunisse toda sua riqueza e a ocultasse nas profundezas
da terra. Sobre esse tesouro, a Mãe Natureza criou uma cidade mágica, e a fez
invisível, escondendo-a da ganância dos homens. Assim nasceu Malecs.
A
Mãe Natureza dividiu então o poder do mago e materializou-o em cinco amuletos
mágicos, que passaram a controlar o tempo e as estações, tanto dentro quanto
fora de Malecs; e fez do mago, Merlin, imortal, para que ele pudesse ser o
guardião dos amuletos e da cidade. Merlin não podia sair de Malecs, mas teve seu
desejo realizado, levando uma vida quase humana, com emoções e sentimentos. Das
altas torres do castelo de Malecs, ele vigiava os humanos que viviam fora da
cidade invisível. Para os que ganhavam sua confiança, fazia surgir o portão da
cidade, permitindo assim sua entrada. Esses escolhidos passavam a habitar o
reino mágico, tornando-se magos e bruxas. Viveram em paz e em prosperidade por
longas eras, mas...
Em
um belo dia de festa, quando comemoravam a chegada da primavera, a cidade foi
tomada de surpresa ao se tornar visível para os humanos. Foi a ruína de Malecs.
A cidade não possuía soldados, era protegida apenas por magia. Assim, seus
pacíficos habitantes não foram capazes de enfrentar a ganância dos saqueadores.
Ao
serem informados da localização da cidade mágica, os reinos vizinhos enviaram
soldados em busca de suas preciosidades. Como os humanos estavam em maior
número, venceram a batalha, aniquilando o povo daquele lugar. Apesar de a
cidade ter ficado completamente destruída, os invasores não conseguiram encontrar
os tesouros ocultos nas entranhas da terra, retornando para seus reinos de mãos
vazias. Os poucos habitantes que conseguiram fugir de Malecs salvaram alguns
talismãs mágicos, inclusive um de poder sem igual, a Bola de Cristal. Contudo,
o saque e a destruição da cidade mágica não satisfizeram alguns reis, que
continuaram a perseguição aos sobreviventes. Com isso, a guerra se alastrou.
Muito
tempo se passou e o povo, cansado dessa luta sem sentido, revoltou-se contra
seus reis. Por meio de guerras internas, com muita opressão e sangue, forçaram seus
governantes a assinarem um decreto de paz, no qual se comprometiam a abandonar
a caça aos possíveis sobreviventes de Malecs e de seus tesouros. Após assinado
o tratado, as fronteiras entre os reinos foram mudadas e, para manter a paz
entre eles, cada rei aceitou limitar seu poder, exercendo-o apenas dentro do seu
território. A nova geografia seria respeitada.
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