domingo, 28 de fevereiro de 2016

Por Bruna Costabeber - Blog Um Oceano de Histórias

Antes de começar minha resenha, quero esclarecer que essa é, sem dúvidas, a resenha mais difícil que já fiz em minha vida, por isso, peço desculpas caso vocês notem algum problema.

Conheci Beco da Ilusão em um blog e fiquei bastante interessada na história. Foi um imenso prazer receber o contato da autora oferecendo a parceria. Claro que não poderia não aceitar. Comecei a leitura no dia em que chegou, no dia 03 de fevereiro, e conclui apenas no dia 19 e, desde então, tento escrever essa resenha. Não vou mais enrolar, e vou apresentar logo a resenha para vocês.

Em Beco da Ilusão conhecemos a história de Yiidish, uma garotinha de apenas nove anos, filha de judeus. Seu pai acabara de ganhar uma herança e eles se mudam para Berlim, pouco antes de a Segunda Guerra Mundial estourar.

Assim que chegam na nova cidade, nossa pequena Yiidish conhece um local que apresenta ballet, ela fica encantadíssima e, por conta disso, mete-se em enrascadas. É nesse teatro que Yiidish conhece Anton, filho de um dos seguranças, e Erdmann, primo de Anton. A amizade entre os três é fascinante, apesar de Erdmann ser mais que um amigo para Yiidish.

“- Tudo o que a memória amou, já ficou eterno. E entre tudo o que você poderia ser para mim na vida, a vida escolheu torna-lo saudade... – A voz soa trêmula, suspiro ao deslizar os dedos sobre o recorte de jornal contornando o rosto de Erdmann.”

A vida deles ia bem, até os judeus começarem a ser caçados e coisas ruins acontecerem. Todos nós sabemos o que aconteceu na época, não é? A casa Yiidish foi invadida e, mesmo Anton e o pai de Erdmann (um oficial de alto escalão) tentando impedir, a Yiidish foi para um campo de concentração. A partir desse ponto ela se vê longe de todos que ama, em um lugar hostil e sem chances de alcançar seu sonho (ser bailarina).

“Rodopiava, rodopiava até cair sentada de tonta. Ria de satisfação para o céu que girava diante dos meus olhos. Nesse meu cantinho eu podia tudo, eu era tudo, até parar de rodar e voltar para a realidade estagnada. Sei que dessa maneira parecia estar construindo castelos de areia que seriam desfeitos com o mais leve sopro do vento, mas não podia evitar o prazer de criar asas e ser livre para voar.”

Não vou revelar muito mais da história, pois quero que ela surpreenda a todos. No começo da leitura, imaginei que seria um livro sobre a Segunda Guerra Mundial, triste que teria um final previsível, mas me surpreendi demais com o enredo que a autora criou. Sim, é mais um livro sobre a Segunda Guerra Mundial, sim é triste, mas não tem nada de previsível. Ao invés de apenas acompanharmos parte da vida da protagonista, a vemos evoluindo e passando por coisas que nenhum homem deveria passar.

Yiidish foi uma personagem muito bem criada, forte e determinada, ela aprendeu a viver em meio ao caos e, nem por isso, deixa de ajudar pessoas não as livrando do sofrimento, mas tornando-o mais brando. Anton foi um personagem muito importante, também, com uma sensibilidade sem tamanho. Erdmann foi um personagem apaixonante, mesmo não aparecendo muito. Ele foi capaz de cumprir as promessas que fez.

Beco da Ilusão, é um livro intenso que, até hoje, não consegui digerir, ele me rendeu uma baita ressaca literária. Apesar de intenso, posso dizer que ele é singelo também. Foi uma leitura dolorida e, por isso, não consegui ler muito rápido. As coisas que aconteciam com a personagem me impediram de prosseguir na leitura.

Outra coisa incrível no livro é a diagramação, está perfeita! Por fim, o livro é mais do que recomendado para todos e, posso afirmar com todas as letras, que você se encantará, chorará e se apaixonará.






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